A Nigéria é um país da África Ocidental, que ocupa a maior parte do Golfo da Guiné. É o país mais populoso da África, com mais de 230 milhões de habitantes, e a maior economia do continente.
A Nigéria tem uma grande diversidade étnica, cultural, linguística e religiosa, sendo o lar de mais de 500 grupos étnicos e de três grandes religiões: o cristianismo, o islamismo e as crenças tradicionais africanas.
A Nigéria tem uma história complexa, marcada por civilizações antigas, impérios regionais, colonização britânica, luta pela independência, guerra civil e instabilidade política.
História
A história da Nigéria remonta à pré-história, quando os primeiros humanos habitaram a região há cerca de 200 mil anos.
A primeira civilização urbana da Nigéria foi a Cultura Nok, que se desenvolveu entre 1000 a.C. e 300 d.C., no centro-norte do país.
Essa cultura se destacou pela produção de artefatos de ferro e de cerâmica com formas humanas e animais.
Entre os séculos IX e XVIII, surgiram na Nigéria vários reinos e impérios que dominaram diferentes áreas do território.
Alguns dos mais importantes foram o Império do Canem-Bornu (séculos IX-XIX), no nordeste; o Império Songai (séculos XV-XVI), no noroeste; os Reinos Hauçás (séculos XI-XIX), no norte; o Império Oyo (séculos XV-XIX), no sudoeste; o Reino do Benim (séculos XIII-XIX), no sul; e o Reino de Nri (séculos X-XVIII), no sudeste.
Esses reinos e impérios se baseavam na agricultura, no comércio, na guerra e na religião, tendo contato com povos vizinhos e com comerciantes árabes e europeus.
A partir do século XV, os portugueses foram os primeiros europeus a chegarem à costa da Nigéria, iniciando o comércio de escravos com os reinos locais.
Nos séculos seguintes, outros europeus, como os holandeses, os franceses e os britânicos, também se envolveram no tráfico de escravos para as Américas.
Estima-se que cerca de 3 milhões de nigerianos foram escravizados entre os séculos XVI e XIX.
No século XIX, o comércio de escravos foi abolido pelos britânicos, que passaram a se interessar por outros produtos da Nigéria, como o óleo de palma, o amendoim e o cacau.
Os britânicos também passaram a interferir nos assuntos políticos dos reinos nigerianos, impondo tratados comerciais e militares.
Em 1861, os britânicos anexaram Lagos, a principal cidade portuária da Nigéria. Em 1885, os britânicos estabeleceram o Protetorado da Costa do Níger, que abrangia a região costeira do país.
Em 1900, os britânicos criaram dois protetorados no interior: o Protetorado do Norte da Nigéria e o Protetorado do Sul da Nigéria. Em 1914, os três protetorados foram unificados na Colônia e Protetorado da Nigéria.
A colonização britânica provocou resistência e revolta entre os nigerianos, que sofriam com a exploração econômica, a opressão política e a discriminação racial.
No século XX, surgiu um forte movimento nacionalista pela independência da Nigéria, liderado por partidos políticos, sindicatos, associações culturais e líderes religiosos.
Em 1960, os britânicos concederam a independência à Nigéria, que se tornou uma república federativa dentro da Comunidade Britânica.
A jovem nação enfrentou vários desafios internos e externos, como as tensões étnicas e regionais, os golpes de Estado, as ditaduras militares, a corrupção, a pobreza e a violência.
Em 1967, a região do sudeste, habitada principalmente pelos ibos, declarou sua secessão da Nigéria, formando a República de Biafra.
Isso desencadeou uma guerra civil que durou três anos e causou cerca de um milhão de mortes. A guerra terminou em 1970, com a rendição de Biafra e a reintegração da região à Nigéria.
Nos anos 1970, a Nigéria se beneficiou da descoberta de petróleo em seu território, que se tornou a principal fonte de renda do país.
No entanto, a riqueza do petróleo também trouxe problemas, como a dependência econômica, a desigualdade social, a poluição ambiental e os conflitos armados.
Nos anos 1980 e 1990, a Nigéria sofreu com crises econômicas, políticas e sociais, que foram agravadas pelas violações dos direitos humanos cometidas pelos regimes militares.
Em 1999, a Nigéria retornou à democracia civil, com a eleição de Olusegun Obasanjo, um ex-general que havia liderado o país nos anos 1970. Desde então, a Nigéria tem realizado eleições regulares e pacíficas, alternando no poder diferentes partidos e líderes.
A Nigéria também tem buscado o desenvolvimento econômico, social e cultural, bem como o papel de liderança na África e no mundo.
Geografia
A Nigéria tem uma área total de 923.768 km², sendo o 31º maior país do mundo em extensão territorial.
A Nigéria faz fronteira com o Benim a oeste; com o Níger ao norte; com o Chade e os Camarões ao leste; e com o Golfo da Guiné ao sul. A Nigéria tem uma costa de 853 km banhada pelo Oceano Atlântico.
O território nigeriano pode ser dividido em quatro grandes regiões geográficas: as planícies do norte; as terras altas do centro; as planícies do sul; e as ilhas.
As planícies do norte são formadas pelo deserto do Saara e pelo Sahel, que são áreas áridas e semiáridas com pouca vegetação e pouca população.
As terras altas do centro são formadas pelo planalto de Jos e pela cordilheira de Mambila, que são áreas elevadas e rochosas com clima mais ameno e vegetação mais diversa.
As planícies do sul são formadas pelos rios Níger e Benue e seus afluentes, que formam vales férteis e densamente povoados.
As ilhas são formadas pelo delta do Níger e pelas ilhas de Lagos, que são áreas pantanosas e litorâneas com grande biodiversidade e atividade econômica.
A Nigéria tem um clima tropical úmido no sul e um clima tropical semiárido no norte. As temperaturas médias variam entre 22°C e 34°C durante todo o ano.
A precipitação média anual varia entre menos de 250 mm no norte e mais de 2.000 mm no sul.
A estação chuvosa vai de abril a outubro no sul e de junho a setembro no norte. A estação seca vai de novembro a março no sul e de outubro a maio no norte.