A Índia é um país da Ásia Meridional, que ocupa a maior parte do subcontinente indiano.
É o segundo país mais populoso do mundo, com mais de 1,3 bilhão de habitantes, e a maior democracia do mundo.
A Índia tem uma grande diversidade geográfica, cultural, linguística e religiosa, sendo o berço de quatro grandes religiões: hinduísmo, budismo, jainismo e siquismo.
A Índia tem uma história milenar, marcada por civilizações antigas, impérios poderosos, invasões estrangeiras, colonização britânica e luta pela independência.
História
A história da Índia remonta à pré-história, quando os primeiros humanos chegaram ao subcontinente há cerca de 65 mil anos.
A primeira civilização urbana da região foi a Civilização do Vale do Indo, que se desenvolveu entre 2500 e 1900 a.C., nas margens dos rios Indo e Sarasvati.
Essa civilização tinha uma escrita própria, uma arquitetura avançada e um comércio com outras regiões da Ásia e do Oriente Médio.
A Civilização do Vale do Indo entrou em declínio por volta de 1500 a.C., possivelmente devido a mudanças climáticas ou a invasões de povos indo-arianos, que vieram da Ásia Central e se estabeleceram na região.
Os indo-arianos introduziram o sânscrito, uma língua ancestral do hindi e de outras línguas indianas modernas, e o védico, uma religião baseada nos Vedas, textos sagrados que são considerados os mais antigos da humanidade.
Entre os séculos VI e IV a.C., surgiram na Índia novas correntes religiosas e filosóficas, como o budismo e o jainismo, que se opunham ao sistema de castas e aos rituais védicos.
Nesse período também se formaram os primeiros reinos e impérios da Índia clássica, como o Império Máuria (322-185 a.C.), que se estendeu por quase toda a Índia sob o reinado de Asoca (273-232 a.C.), um dos maiores governantes da história indiana e um dos primeiros a adotar o budismo como religião oficial.
Após a queda do Império Máuria, a Índia passou por um período de fragmentação política e de invasões de povos estrangeiros, como os gregos, os citas, os partas e os kushans.
No entanto, também houve períodos de unificação e prosperidade cultural, como o Império Gupta (320-550 d.C.), que é considerado a “idade de ouro” da Índia antiga, por seus avanços nas artes, na literatura, na matemática e na astronomia.
Entre os séculos VII e XIII, a Índia foi invadida por vários povos muçulmanos vindos da Ásia Central e do Oriente Médio.
O primeiro império muçulmano na Índia foi o Sultanato de Déli (1206-1526), que dominou grande parte do norte da Índia e enfrentou resistência dos reinos hindus do sul. O islamismo se espalhou pela Índia e influenciou sua cultura e sua sociedade.
Em 1526, o sultanato de Déli foi conquistado pelo Império Mogol (1526-1857), fundado por Babur, um descendente de Gêngis Khan e Timur.
Os mogóis foram os maiores governantes muçulmanos da Índia e construíram monumentos como o Taj Mahal, o mausoléu do imperador Shah Jahan para sua esposa Mumtaz Mahal.
O Império Mogol atingiu seu auge sob o reinado de Akbar (1556-1605), que promoveu a tolerância religiosa e a integração cultural entre hindus e muçulmanos.
No século XVII, a Índia começou a ser explorada pelos europeus, especialmente pelos portugueses, pelos holandeses, pelos franceses e pelos britânicos, que estabeleceram postos comerciais e colônias na costa indiana.
Os britânicos foram os que mais se expandiram pelo território indiano, através da Companhia Britânica das Índias Orientais, que obteve o controle de várias regiões mediante tratados, alianças e guerras com os governantes locais.
Em 1857, ocorreu a Revolta dos Sipaios, uma rebelião de soldados indianos contra o domínio britânico, que foi brutalmente reprimida.
Após esse episódio, a Coroa Britânica assumiu o controle direto da Índia, que passou a ser chamada de Raj Britânico.
Os britânicos impuseram sua língua, sua cultura, sua religião e seus interesses econômicos aos indianos, gerando descontentamento e resistência.
No século XX, surgiu um forte movimento nacionalista pela independência da Índia, liderado por figuras como Mahatma Gandhi e Jawaharlal Nehru.
Gandhi pregava a não violência e a desobediência civil como formas de luta contra o colonialismo.
Em 1947, após a Segunda Guerra Mundial, os britânicos concederam a independência à Índia, mas também a dividiram em dois Estados: a União Indiana, de maioria hindu, e o Paquistão, de maioria muçulmana.
A partição causou um grande êxodo de populações e uma série de conflitos sangrentos entre hindus e muçulmanos.
A Índia se tornou uma república democrática em 1950, com Nehru como seu primeiro primeiro-ministro.
Desde então, a Índia enfrentou vários desafios internos e externos, como as guerras com o Paquistão e a China, os conflitos étnicos e religiosos, as desigualdades sociais e econômicas, a superpopulação e a pobreza.
Ao mesmo tempo, a Índia também se desenvolveu como uma potência regional e global, com uma economia emergente, uma indústria diversificada, uma cultura influente e um programa nuclear e espacial.
Geografia
A Índia tem uma área total de 3.287.263 km², sendo o sétimo maior país do mundo em extensão territorial.
A Índia faz fronteira com o Paquistão a oeste; com a China, o Nepal e o Butão ao norte; com Bangladesh e Mianmar ao leste; e com o Sri Lanka e as Maldivas ao sul.
A Índia tem uma costa de 7.517 km banhada pelo Oceano Índico ao sul, pelo Mar da Arábia ao oeste e pelo Golfo de Bengala ao leste.
O território indiano pode ser dividido em quatro grandes regiões geográficas: as montanhas do norte; as planícies do norte; o planalto do Decão; e as ilhas.
As montanhas do norte são formadas pela cordilheira do Himalaia, que separa a Índia do resto da Ásia e abriga alguns dos picos mais altos do mundo, como o Monte Kanchenjunga (8.586 m).
As planícies do norte são formadas pelos rios Indo, Ganges e Bramaputra, que formam vales férteis e densamente povoados.
O planalto do Decão é uma região elevada que ocupa a maior parte do centro-sul da Índia e é limitado pelas cadeias montanhosas dos Gates Ocidentais e dos Gates Orientais.