A Guatemala é um país da América Central, que faz fronteira com o México, Belize, Honduras, El Salvador e os oceanos Atlântico e Pacífico.
É o país mais populoso da região, com cerca de 17 milhões de habitantes, e tem uma rica diversidade cultural e natural.
A Guatemala tem uma história marcada pela civilização maia, pela colonização espanhola, pela independência e pela guerra civil.
Hoje, é uma república democrática que enfrenta desafios sociais e econômicos.
História
A Guatemala foi habitada por vários povos indígenas, entre eles os maias, que desenvolveram uma avançada civilização na região entre os séculos III e IX d.C.
Os maias construíram cidades, templos, pirâmides, palácios e observatórios astronômicos, e criaram um sistema de escrita hieroglífica, uma matemática baseada no zero e um calendário preciso.
Os maias entraram em declínio por volta do século X d.C., mas continuaram a habitar a região em pequenos grupos. No século XVI, os espanhóis chegaram à Guatemala e iniciaram a conquista e a colonização do território.
Os indígenas foram submetidos ao trabalho forçado, à conversão religiosa e às doenças trazidas pelos europeus.
A Guatemala declarou sua independência da Espanha em 1821, junto com as outras províncias da América Central.
Inicialmente, fez parte do Império Mexicano de Agustín de Iturbide, mas logo se separou e formou a Federação Centro-Americana, que durou até 1838. Depois disso, a Guatemala se tornou uma república independente.
No século XIX e início do século XX, a Guatemala foi governada por vários caudilhos (líderes militares) que favoreceram os interesses das elites latifundiárias e das empresas estrangeiras, especialmente a United Fruit Company, que dominava a produção de banana no país.
A situação de pobreza e exploração da maioria da população gerou movimentos de resistência e rebelião.
Em 1944, uma revolução popular derrubou o ditador Jorge Ubico e iniciou um período de reformas sociais e democráticas. No entanto, em 1954, um golpe militar apoiado pelos Estados Unidos derrubou o presidente Jacobo Árbenz, que havia promovido uma reforma agrária que afetava os interesses da United Fruit Company.
O golpe deu início a uma longa guerra civil entre o governo autoritário e as guerrilhas de esquerda.
A guerra civil durou até 1996 e deixou mais de 200 mil mortos e desaparecidos, além de graves violações dos direitos humanos.
A maior parte das vítimas foi de indígenas maias, que foram alvo de massacres genocidas por parte do exército.
Em 1996, foi assinado um acordo de paz entre o governo e as guerrilhas, que previa o fim da violência, o respeito aos direitos humanos e a inclusão social dos povos indígenas.
Geografia
A Guatemala tem uma área de 108.890 km² e está dividida em 22 departamentos (estados) e 340 municípios. Sua capital é a Cidade da Guatemala, que é também a maior cidade do país, com cerca de 3 milhões de habitantes.
O território guatemalteco é bastante montanhoso e possui três grandes regiões geográficas: as planícies litorâneas do Pacífico; as terras altas centrais, onde se encontram as cordilheiras dos Andes Centrais e dos Vulcões; e as planícies do Petén, no norte, que fazem parte da selva maia.
A Guatemala tem um clima tropical, com variações de temperatura e precipitação de acordo com a altitude e a estação do ano.
A temperatura média anual é de 23°C, mas pode variar de 10°C nas áreas mais altas a 40°C nas áreas mais baixas. A estação chuvosa vai de maio a outubro, e a seca, de novembro a abril.
A Guatemala é um país de grande biodiversidade, com cerca de 14% de seu território protegido por áreas naturais.
Possui mais de 8 mil espécies de plantas, 250 espécies de mamíferos, 700 espécies de aves e 200 espécies de répteis e anfíbios.
Entre os animais típicos do país estão a quetzal (ave símbolo nacional), o jaguar, o macaco-aranha, o tucano e a tartaruga marinha.
Cultura
A cultura da Guatemala é uma mistura das tradições indígenas, especialmente dos maias, com as influências espanholas e africanas.
A população é composta por cerca de 60% de mestiços (de origem indígena e europeia), 40% de indígenas (de 23 grupos étnicos diferentes) e menos de 1% de brancos, negros e asiáticos.
O idioma oficial é o espanhol, mas há também 21 línguas indígenas reconhecidas pelo governo.
A religião predominante é o cristianismo, sendo que cerca de 50% da população é católica e 40% é protestante.
Há também uma minoria que pratica religiões indígenas ou sincretismos religiosos.
A Guatemala tem uma rica expressão artística, que se manifesta na música, na dança, na literatura, na pintura, na escultura e no artesanato.
A música guatemalteca combina instrumentos pré-colombianos, como flautas e tambores, com instrumentos europeus, como violinos e guitarras.
A marimba é o instrumento nacional e acompanha vários ritmos folclóricos. A dança é uma forma de celebração e identidade cultural, sendo que cada grupo indígena tem suas próprias danças típicas.
A literatura guatemalteca se destaca pela obra do Prêmio Nobel de Literatura Miguel Ángel Asturias, que retratou a realidade social e histórica do país.
A pintura e a escultura são influenciadas pela arte colonial espanhola e pela arte popular indígena.
O artesanato é uma forma de expressão da criatividade e da diversidade cultural da Guatemala, sendo que os tecidos coloridos feitos à mão são os mais famosos.
A gastronomia da Guatemala é baseada no milho, no feijão, na carne, no arroz e nas frutas tropicais.
Entre os pratos típicos estão o pepián (um ensopado de carne com legumes e molho picante), o kak’ik (uma sopa de peru com especiarias), o fiambre (uma salada fria de carnes, queijos e vegetais) e os tamales (massa de milho recheada com carne ou frango e cozida em folhas de bananeira).
As bebidas tradicionais são o atol (uma bebida quente à base de milho) e o ponche (uma bebida fria à base de frutas).