A Groenlândia é a maior ilha do mundo, com uma área de 2,16 milhões de km².
Ela faz parte do Reino da Dinamarca, mas tem autonomia política e administrativa desde 1979.
A Groenlândia está localizada na América do Norte, entre os oceanos Ártico e Atlântico, e quase toda a sua superfície está coberta por uma camada de gelo que pode chegar a 3 km de espessura.
História
A Groenlândia foi habitada por diferentes povos indígenas ao longo dos séculos, como os paleoesquimós e os inuítes.
O primeiro contato europeu foi feito pelos vikings, liderados por Erik, o Vermelho, no século X.
Eles fundaram colônias na costa sudoeste da ilha, mas acabaram abandonando-as no século XV, provavelmente por causa das mudanças climáticas e dos conflitos com os nativos.
No século XVII, a Dinamarca iniciou a colonização da Groenlândia, impondo sua língua, religião e cultura aos inuítes.
A ilha foi integrada ao Reino da Dinamarca em 1953, mas passou a reivindicar mais autonomia e direitos para os groenlandeses.
Em 1979, a Groenlândia obteve o status de território autônomo, com um governo próprio e um parlamento eleito.
Em 1985, a Groenlândia saiu da Comunidade Econômica Europeia (atual União Europeia), mas manteve alguns acordos comerciais com o bloco.
Em 2008, um referendo aprovou o aumento da autonomia da Groenlândia em relação à Dinamarca, especialmente nas áreas de justiça, segurança e recursos naturais.
Geografia
A Groenlândia é uma ilha de clima polar, com temperaturas muito baixas durante todo o ano.
O inverno é longo e escuro, com poucas horas de luz solar. O verão é curto e claro, com o sol da meia-noite em algumas regiões. A precipitação é baixa, principalmente na forma de neve.
A maior parte da ilha é formada por um planalto coberto por uma camada de gelo chamada indlandsis.
Essa camada contém cerca de 10% de toda a água doce do planeta e é a segunda maior massa de gelo do mundo, depois da Antártida. O gelo se move lentamente em direção às bordas da ilha, formando glaciares que se desprendem em icebergs no mar.
A costa da Groenlândia é recortada por fiordes, que são braços de mar que penetram na terra entre montanhas.
Os fiordes são cenários de grande beleza natural e abrigam uma rica biodiversidade marinha.
Um dos fiordes mais famosos é o de Ilulissat, que foi declarado Patrimônio Mundial da Unesco em 2004.
A vegetação da Groenlândia é escassa e adaptada ao frio. Predominam as tundras, que são formações vegetais rasteiras compostas por musgos, líquens e gramíneas. Nas áreas mais abrigadas dos fiordes, podem ocorrer arbustos e árvores anãs.
A fauna da Groenlândia é variada e inclui animais terrestres e aquáticos. Entre os terrestres, destacam-se os ursos-polares, as raposas-árticas, as lebres-árticas, os lobos-árticos e os caribus (renas).
Entre os aquáticos, destacam-se as baleias (como a jubarte e a beluga), as focas (como a anelada e a barbuda), os morsas e os narvais (baleias com um longo dente em forma de chifre).
Demografia
A população da Groenlândia é de cerca de 56 mil habitantes, segundo dados de 2015.
A maioria é de origem inuíte (85%), seguida por dinamarqueses (12%) e outros grupos étnicos (3%).
A língua oficial é o groenlandês, que pertence à família das línguas esquimó-aleútes. O dinamarquês também é falado como segunda língua.
A religião predominante é o cristianismo protestante, introduzido pelos colonizadores dinamarqueses.
A capital e maior cidade da Groenlândia é Nuuk, com cerca de 17 mil habitantes. Outras cidades importantes são Sisimiut, Ilulissat e Qaqortoq.
A maioria da população vive na costa oeste da ilha, onde o clima é menos rigoroso e há mais infraestrutura e serviços.
A Groenlândia tem um baixo índice de desenvolvimento humano (IDH), de 0,741 em 2015.
Os principais problemas sociais são o desemprego, a pobreza, o alcoolismo, o suicídio e a violência doméstica.
A expectativa de vida é de 71 anos para os homens e 74 anos para as mulheres.
Política
A Groenlândia é uma região autônoma do Reino da Dinamarca, mas tem um alto grau de autonomia interna.
O chefe de Estado é o monarca dinamarquês, atualmente a rainha Margarida II. O chefe de governo é o primeiro-ministro groenlandês, eleito pelo parlamento local, chamado Inatsisartut.
O parlamento tem 31 membros, eleitos por voto direto para um mandato de quatro anos. O sistema político é multipartidário e baseado na democracia representativa.
A Groenlândia tem sua própria bandeira, hino, moeda e dia nacional. A bandeira é vermelha e branca, com dois círculos que representam o sol e o gelo.
O hino é “Nunarput utoqqarsuanngoravit”, que significa “Nossa terra, tão antiga e tão grande”.
A moeda é a coroa dinamarquesa, mas a Groenlândia pode emitir suas próprias cédulas e moedas. O dia nacional é 21 de junho, que coincide com o solstício de verão.
A Groenlândia tem relações diplomáticas com outros países através da Dinamarca, mas pode negociar acordos bilaterais em algumas áreas, como comércio, meio ambiente e cultura.
A Groenlândia também participa de organizações internacionais como a ONU, a OTAN e o Conselho Ártico.
Economia
A economia da Groenlândia é baseada na pesca e na caça, que representam cerca de 90% das exportações do país.
Os principais produtos são camarões, bacalhau, salmão e óleo de baleia. A agricultura é limitada pela geografia e pelo clima, sendo praticada apenas em pequena escala na costa sudoeste da ilha.
Os principais cultivos são batatas, cenouras e repolhos.
A Groenlândia tem um grande potencial mineral, mas sua exploração ainda é incipiente.
Há reservas de chumbo, zinco, tungstênio, urânio e metais raros. Também há indícios de petróleo e gás natural no mar territorial da ilha. A Groenlândia busca atrair investimentos estrangeiros para desenvolver esses setores.
O turismo é uma atividade em crescimento na Groenlândia, atraindo visitantes interessados na natureza exótica e na cultura inuíte.
Os principais atrativos são os fiordes, as geleiras, os icebergs, as auroras boreais e os animais polares.
A Groenlândia depende economicamente da Dinamarca, que fornece cerca de metade do seu orçamento público através de subsídios anuais.
A Groenlândia também recebe fundos da União Europeia por meio do Acordo de Parceria Ultraperiférica (APU).